A viticultura, a vinicultura e a vitivinicultura representam áreas fundamentais na produção e elaboração de uvas e vinhos, desempenhando papéis distintos e complementares.
A história dessas práticas no Brasil remonta à colonização, mas foi a chegada de imigrantes europeus, em especial os italianos, que consolidou a produção vitivinícola, especialmente na Serra Gaúcha.
A viticultura, como foco principal, envolve o cultivo da videira, abrangendo desde os cuidados com o solo até a colheita das uvas. No Brasil, a produção anual é significativa, atingindo 1,5 milhão de toneladas, com destaque para o Rio Grande do Sul como principal produtor. As variedades americanas e híbridas compõem a maioria das uvas processadas, enquanto as castas europeias, como a Vitis vinifera, representam apenas uma pequena parcela, voltada principalmente para vinhos finos.
A transição da viticultura para a vinicultura marca o início do processo de elaboração de vinhos. Enquanto parte das uvas pode ser destinada ao consumo in natura, sucos e geleias, a vinicultura concentra-se na produção de bebidas alcoólicas por fermentação. Em 2021, o mercado de vinhos finos superou o de vinhos de mesa no Brasil, evidenciando a crescente preferência por vinhos de qualidade.
A vitivinicultura, por sua vez, abrange tanto o cultivo da uva quanto a produção de vinho, integrando os campos de viticultura e vinicultura. Esse setor abrangente compreende desde a preparação do solo até a comercialização de diferentes tipos de vinhos, espumantes e sucos de uva, conferindo ao produtor maior flexibilidade e oportunidades de mercado.
Além de oferecer uma renda mais substancial para os agricultores, a vitivinicultura possibilita o refinamento dos vinhos, aumentando seu valor agregado ao controlar o terroir da uva. O terroir, uma combinação de fatores geográficos, climáticos, históricos e culturais, confere características únicas aos vinhos, tornando-os distintos e valorizados.
O mercado brasileiro de uva e vinho enfrenta desafios e oportunidades. A pandemia de COVID-19 impulsionou o consumo global de vinho, colocando o Brasil como o 14º maior produtor mundial. As exportações brasileiras aumentaram significativamente, com o Paraguai sendo o principal destino. Entretanto, desafios como geadas e chuvas impactaram a produção europeia, favorecendo as exportações brasileiras.
Olhando para o futuro, o cenário para a uva brasileira pode ser desafiador em 2023, com custos de insumos em alta e uma demanda retraída por sucos devido a dificuldades econômicas. No entanto, a produção de vinhos refinados continua a ganhar destaque, sugerindo um caminho de inovação e excelência no setor vitivinícola brasileiro.
