No interior do Brasil, por volta das 18h, um menino deitava na grama e olhava para o céu esperando o único avião do dia — um Bandeirante que cruzava os céus rumo ao Mato Grosso.

Para ele, aquele instante era uma janela para o mundo. Imaginava-se dentro da aeronave, indo para lugares distantes, vivendo aventuras. O que ele não sabia é que, anos mais tarde, estaria mesmo a bordo de aviões — mas a serviço de uma missão peculiar e fascinante: caçar vinhos.

Hoje, esse menino crescido atende pelo nome de Vicente Jorge, mas é mais conhecido no mercado como o Wine Hunter. Um título que não é metáfora nem licença poética: Vicente literalmente percorre o planeta em busca de vinhos que mereçam ser apresentados ao público brasileiro. Degustador incansável, curador rigoroso e contador de histórias, ele provou mais de 2.500 rótulos só no último ano, numa rotina que mistura luxo e simplicidade, glamour e perrengue, tradição e descoberta.

A profissão dos sonhos (e das surpresas)

Quando Vicente conta o que faz, a reação é quase sempre a mesma: “Nossa, queria seu emprego!”. Ele sorri, porque sabe que essa é só a ponta do iceberg. Por trás das fotos em vinhedos europeus e jantares em restaurantes estrelados, há voos cancelados, noites mal dormidas, roupas repetidas por dias (inclusive no calor escaldante da Puglia), e um sem-fim de garrafas boas, médias e ruins — todas exigindo atenção, memória gustativa e coragem.
Porque sim, ele também precisa dizer “não”. E isso não é fácil quando envolve produtores simpáticos, anfitriões generosos, ou receitas exóticas como “canguru ao molho de Shiraz”, servida com orgulho por um parceiro australiano. “Ficava enrolando na boca e não conseguia engolir”, lembra, rindo. A verdade, porém, é séria: um wine hunter precisa manter a integridade do paladar e a honestidade da escolha.

Caçador, mas também construtor.

Ao contrário do que muitos imaginam, o trabalho não é só provar. É preciso estar por dentro das tendências, visitar feiras, cultivar relacionamentos e — sobretudo — ter sensibilidade para entender os sabores que o público deseja antes mesmo que ele perceba. Vicente é um observador atento: lê culturas, percebe mudanças, antecipa movimentos. Ele entende que o vinho é mais do que líquido: é linguagem, afeto, identidade.

- VITRINE UNIVINHO -

Com essa bagagem (ou “litragem”, como brinca), surge o Enclos du Wine Hunter, um projeto que nesceu com uma linha de vinhos produzida em Bordeaux, mais precisamente em Saint-Émilion — a região que, segundo ele, mais o representa. E se espalhou pelo mundo, passando pela Africa do Sul, Chile e Brasil. O projeto é assinado por Vicente Jorge em parceria com Manu Brandão, franco-brasileiro e uma das maiores autoridade em vinhos franceses no mundo. Já na terceira safra, os rótulos da Enclos du Wine Hunter conquistaram destaque tanto no Brasil quanto nos principais mercados internacionais, confirmando o faro refinado de quem sabe escolher.

Muito além da garrafa.

Vicente não se vê como um expert inatingível, mas como um elo entre mundos: “A minha função é facilitar. É traduzir experiências complexas em algo que faça sentido para quem está do outro lado da prateleira. É dar acesso, sem abrir mão da qualidade”.
E assim ele segue — voando, provando, conectando. Sempre em busca do próximo grande vinho que, com sorte, vai parar na sua taça. Porque no final das contas, o trabalho de um Wine Hunter é sobre isso: encontrar o extraordinário e trazê-lo até você.

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