Christian Wylie, CEO da vinícola, exalta condições climáticas únicas e resultados promissores para os rótulos de 2025
A Bodega Garzón, um dos grandes nomes do vinho uruguaio, está vivendo um momento histórico. Segundo Christian Wylie, CEO da vinícola, a safra de 2025 será lembrada como a melhor já registrada no terroir uruguaio, graças a uma combinação incomum de fatores climáticos que beneficiaram diretamente a maturação e complexidade das uvas.
Famosa por seus tannats estruturados, intensos e fáceis de beber, Garzón, localizada em Maldonado, na região de José Ignacio, viu o cenário climático da última temporada se transformar em um verdadeiro trunfo para o vinhedo.
Um verão atípico que virou ouro
Durante a “Fiesta de la Vendimia”, realizada no início de março, o próprio CEO celebrou os frutos da colheita e explicou por que essa safra se destaca tanto.
“Tivemos um verão superfrio, principalmente entre o Natal e o início de janeiro, o que é raro. Isso favoreceu muito o desenvolvimento dos polifenóis, taninos e da coloração das uvas”, explicou Wylie. A baixa pluviosidade e ondas de calor pontuais, longe de serem ameaças, ajudaram na concentração de açúcares sem comprometer a acidez — equilíbrio perfeito para vinhos de alto nível.
O resultado foi uma redução de 5% no volume colhido, com 2,2 toneladas de uvas, o que, no mundo do vinho, é sinônimo de qualidade superior. Uvas menores, mais intensas e concentradas: matéria-prima perfeita para rótulos marcantes.
Degustação in loco: marselan surpreende pela crocância e doçura
Durante a visita aos vinhedos, uma degustação direta dos cachos de marselan revelou um espetáculo sensorial raro: cascas se soltando facilmente da polpa, sementes crocantes e um “crack” audível ao mastigar — indícios inequívocos da excelência da colheita.
Alberto Antonini e o entusiasmo com a Pinot Noir de 2025
O consagrado enólogo Alberto Antonini, que assina os vinhos da Garzón e é referência internacional por seus trabalhos na Toscana e América do Sul, se mostrou entusiasmado especialmente com o Pinot Noir colhido nesta safra, destacando o potencial inédito das uvas em 2025.
A expectativa da vinícola é produzir 2 milhões de garrafas, incluindo a nova edição do Balasto, seu rótulo ícone, lançado apenas em anos excepcionais.
Balasto 2015: a prova de que a espera vale a pena
Durante a programação no Uruguai, também foi possível degustar a primeira garrafa aberta do Balasto 2015, após uma década de maturação. O vinho encantou com taninos aveludados, aromas terciários evoluídos, notas láticas e um equilíbrio notável entre álcool e acidez — a assinatura de um clássico em sua plenitude.
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